domingo, 16 de agosto de 2009

E agora, amor?

Estilização do poema José de Carlos Drummond de Andrade.


E agora, Íkarus?
O amor acabou,
o sentimento cessou,
a ilusão sumiu,
a noite chegou.
E agora, Vicare?
E agora, você?
Declarando e recitando,
repercute os corações,
nos outros desperta,
sentimentos versáteis,
quem ama, não contesta?

Está sem essência.
Está sem falácias.
Está sem caminhos,
já não pode sentir,
já não pode amar,
viver já não pode,
a chama apagou,
a essência não veio,
o carinho não veio,
a felicidade não veio.
Não veio a ilusão
de que nada acabou,
onde tudo nasceu,
destinado pereceu,
e agora Glauco?

E agora, Ménade?
Sua oca palavra,
sua verborragia febril,
sua pena e tinteiro,
seu coração,
sua fatídica ação,
sua diluída verdade,
sua meticulosa incoerência,
seu amor? - E agora?

A mil passos branda então,
quer viver o amor agora;
amor sem essência inexiste.
Quer a simplicidade sincera;
mas escasso o peito ficou.
Ao passado quer regressar;
lembranças e nada mais.
Dionísio, e agora?

Repensemos o amor.
(Eu te amo, eu te amo, eu te amo...)


(30/04/09)

5 comentários:

Ana Carolina disse...

profundo (...)

Paty =] disse...

Adoooreeei! *-*

:: Fatima :: disse...

Parabens pelo post!

Sabias e belas palavras...

=**

Stephanie C. de Mello disse...

Uaaaaaaaaau!

Sim, repensemos o amor!

Tá de mais. Parabéns. :)

Chá das Cinco disse...

"O amor sem essência se trasforma em cinzas.
Tal qual um cadáver,o amor sem alegrias."(Gemária Sampaio)

Gostei daqui e fiquei.
Bjs de Gê

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