sexta-feira, 25 de maio de 2007

Come-te a ti mesmo

Consumir, consumir, consumir: este ou aquele, caro ou barato?
Não, sem desejar não vivem, até se matam pela satisfação dos apetites,
há guerras, discriminações, em grande parte ocasionadas por causa dele: o desejo.


Parece tão confuso...

Alegre-se...

É Copa!
É Carnaval!
É Natal!
É festa!

E festa farta para alguns, apenas alguns, uns poucos que gozam prazer "diante"
- o que não se vê, não se sente -, dos problemas-sociais
.

Consumir, consumir, consumir...

Rotulado, avaliado, constatado para a venda!
Olhar, degustar, tatear...
Sinestesia dos sentidos!

Odiar - por não compreender -,
gritar - não há o que dizer,
agredir - haveria como se defender?

Acabará?

Consumir, consumir, consumir...

"Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!"


Em itálico, trecho de Ode ao Burguês, de Mário de Andrade.

3 comentários:

Unknown disse...

quando sabemos que a nossa capacidade não está a venda em prateleira nenhuma...
devo ser a ultima tola q não coleciona objetos comprados.

Fernando Cury disse...

Consumir!!! Ah sim! E deveríamos tentar se fazer aceita a pouca inteligencia que temos como forma de pagamento... ao menos ao ceder cada vez mais, não simplesmente a jogaríamos fora, pelo menos tentaríamos adquirir alguma coisa em troca. Quem sabe um Playstation 3??? rsrsr

Grande abraço meu querido!!! Visite quando quiser AS ESCRITAS DO GORDINHO!!! (afinal se auto identificou como um magro gordinho)... rs

Gabriel disse...

parabéns!

gostei da parte de "uns poucos que gozam prazer "diante" - o que não se vê, não se sente -, dos problemas-sociais."

boa!

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